MEU DEUS!

Meu Deus pode não ser o seu Deus, mas é tudo o que eu tenho agora. Nada mais me resta. É tudo. O que tenho a dizer é quase nada mediante TUDO que Deus representa para mim. Eu sei que o meu tudo é quase nada. E que tudo pode acabar a qualquer momento, sem que nada [nada] possa impedir que tudo acabe. A não ser Deus, que a tudo pode impedir. Ou permitir. Há uma ideia que sobrevive a tudo, a ideia de que nada é tão intenso e profundo que a ideia de que Deus existe. Acima, abaixo, por dentro e por fora de tudo que existe. Deus se infiltrou em tudo. Eu sinto. Quando mergulho na luz, tanto quanto na escuridão. Nas cores. Nos sons. Nas águas. E até em tudo o que não vejo e não sinto e que não conheço. Mesmo o que não imagino nem sonho, Deus está. É tão óbvia, tão certa, tão verdadeira a presença, a onipresença de Deus que, embora, às vezes até duvido, por eu ser quase nada diante de tudo, ainda assim, Deus É. Deus é o que não tenho ideia, uma curva que se inclina na reta das minhas certezas. E ainda assim, algo certo. Absoluto. Nunca um erro. Nem posso dizer, com todas as letras, que Deus é a perfeição, pois não tenho a menor ideia do que seja perfeição. Deus e perfeição podem ser iguais. Ou apenas sinônimos. Meu Deus, minha vida, meu tudo. Mas, quem sou eu para definir Deus?

A boa ideia é lutar a boa luta!

      Por quem, o luto? Pelas vítimas da violência armada, nos campos, cidades e aldeias. Luto pelas mulheres abatidas com a violência de gênero e pelos jovens mortos na guerra urbana da intolerância de classe. E por todos nós, negros e negras, neo escravizados à ideia de raça e ao passado. Luto pelas nações indígenas dizimadas em nome da doutrina da expansão e do lucro. Luto pelo lucro que mata. Lucro que mata a mata e tudo que tem vida nela. Quanto pesar sinto ao ver lixo sobre e imerso nos oceanos e praias. Um pesar tão profundo quanto fundo é o mar e o rio que morrem, pouco a pouco, asfixiados no horizonte sombrio, da lama que transforma água em lágrimas e desespero. Luto pela sociedade que adormece e vai morrendo para si, uma morte tão súbita e previsível, que sucumbe à sua própria ignorância, reflexo e refluxo do seu próprio ódio, num tempo de desconfiança e descrença. Por isto, vou morrer, vou morrendo, você vai morrendo, até lutar. Luto é fim. Luta é começo. E também o recomeço, que é o começo do começo interrompido. Vamos à luta!

    Mas, lutar para quê? Tenho IDEIAS e defendo muitas outras. Ideias sobrevivem aos medos, à solidão, às violências, à devastação, às calúnias e ofensas, e até mesmo ao luto de todas as mortes e de todos os fins. Minhas e de outros, as ideias que defendo não são TUDO que defendo e que tenho na vida. A política é uma boa ideia a defender quando é a boa política. A amizade é uma ideia interessante, e necessária, na luta pela justiça, pela paz e amor. A guerra é uma luta contra a amizade. O ódio também é um luto que mata a amizade, a justiça e a paz entre nós, que transforma iguais em inimigos. Nem sempre vencemos, ao mesmo tempo, as mesmas lutas. Nem sempre vencemos. Lutar para vencer sempre, equivale a lutar sempre. Não parar de lutar. A ideia de lutar só para vencer não é a melhor ideia, nem a melhor luta. Sempre perdemos algo ou alguém e sempre perderemos muito ou pouco nas lutas. A melhor ideia de luta é não desistir. A melhor ideia de luto é não esquecer. Não vou desistir de nós, nem das minhas ideias nem dos amigos ou inimigos. Nem vou esquecer, vou respeitar o luto, as ideias e as lutas de cada um. Porque sei que cada um, tem uma boa ideia para dar e uma boa luta para brigar, e vencer. 

#OcupeAVida

Desejo pra você 
o que espero para mim mesma. 
Somos sobreviventes e isto deve ter algum significado. Chegamos até aqui porque ainda não chegamos até o fim. Amanhã algo muito ruim ou muito bom pode nos acontecer, ontem já foi assim. Estamos vivos, é o que temos ao nosso alcance! Ainda podemos nos ouvir, cantar, sentir, emocionar, chorar, sorrir e pensar. 

Pensando bem sou do bem. Você é do bem. Então, só desejo o bem para você! O mal, nós mesmos atraímos para nós! O mal não precisa de ajuda. Desejo o bem aos amigos e inimigos, aos conhecidos e desconhecidos! É assim que pretendo começar cada novo dia do novo ano, como no ano que passou. Pensando bem, no bem.  

O que me deixou e me deixa triste, muito mal, é saber que o ódio ainda brota de mentes e corações a cada novo amanhecer e encontra espaço para gerar mais ódio. Ódio também gera ócio. Mente e coração ocioso, odioso, viram oficina do mal. Só posso pensar mal do mal. Odeio o mal.

Desejo pra você o que espero para mim mesma, em forma de trabalho, estudo, boas leituras! Uma nova busca da verdade que não foi descoberta, em si e nos outros! Que a mentira, que é um mal, seja desmascarada e caia por terra! Que você se ocupe de pessoas e coisas que verdadeiramente valem a pena! Ocupação que contribua com uma nova mentalidade, uma nova cultura, um novo pensamento seu e de outros. Ocupe todos os espaços do amor! Ocupe a Vida!

Quando despertar a cada nova manhã já sei que é porque tenho algo a fazer, então vou despertar já agradecendo mais um despertar nesta vida e a oportunidade de fazer o que deixei de fazer no dia anterior! Desejo, aliás, que eu e você tenhamos a disposição necessária e adequada para realizar o que temos a realizar, seja o que for.

A vida é o bem maior e a maior de todas as realizações e não podemos desperdiçá-la, maltratá-la com o mal, por menor que o mal pareça. A vida poderá me faltar neste ano. Poderemos não sobreviver como muitos não resistiram. Enquanto não nos escapa, vamos vivendo. O que não pode me faltar - porque já sei que vai faltar alguma ou muitas coisas, e pessoas - é a consciência de que vou me esforçar em fazer tudo bem feito. Sobre o benfeito, o que ou quem poderá fazer mal?