dezembro 28, 2011

2012: Bom fim do mundo pra você!

Encontrei em meu caderno de anotações, a seguinte frase: “Os melhores médicos do mundo são: Doutor Sono, Doutora Dieta e Doutor Sorriso”. Com certeza foi de alguém sensato, que soube resumir, com simplicidade, o que pode nos trazer grandes benefícios, em qualquer fase de nossa vida. Tem muita gente que já se esqueceu desta prática tão primária e essencial que é dormir, e dormir bem. Tem gente que, pelo fato de ter esquecido, desesperadamente busca resgatar o sono perdido com tratamentos clínicos. Sabe-se que a insônia é um dos males cotidianos de milhões no mundo todo! Felizes daqueles que, apesar de tudo, ainda se deitam e dormem um sono comum, sem auxílio de remédios ou terapias. Bem aventurados os que dormem cedo, posto que deles é o reino dos sonhos. Nada, absolutamente nada, substitui uma boa noite de sono, para repor a energia física e mental. Quem dorme bem, vive melhor. Bastante questionável hoje em dia é também a comida. Saco vazio não fica em pé. A gente tem que comer. Pouco ou muito? Existem povos que lutam contra a obesidade, outros lutam contra a desnutrição e a fome. Tem gente que luta para ensinar a comer direito. O fato é que não sabemos comer nem distinguir o que é mais importante numa dieta, numa reeducação alimentar. Acho eu que dieta não é um meio de perda de peso, somente. Dieta boa é aquela que você consegue deixar de comer o que não precisa comer. É cortar os excessos ou o que é desnecessário. Fazer dieta é também ter a liberdade de escolher o que é melhor para o seu corpo. Sem a imposição da propaganda enganosa. Saber controlar o que você bota pra dentro de si. Quando a gente descobre o que realmente é bom para o nosso corpo, o corpo que conduz a alma agradece, e ambos ficam satisfeitos! Fumar, por exemplo, é muito ruim. Mas, é bom também. Então, fume cigarro de alface. Beber é péssimo, mas é gostoso também. Então, cara, beba e não pegue no volante, não queira fazer amor com sua garota, nem tente se aproximar de uma criança. Beba, apenas. E o que dizer do efeito “sorriso” na nossa vida? Ah, sorrir é um remédio para muitos males, quiçá para todos os males ditos irremediáveis! Rir de si mesmo, por exemplo, é um exercício muito interessante. Rir das nossas atrapalhadas, das nossas burrices, deslizes, garfes e babaquices. Rir sozinha. Eu faço isto. Prefiro sorrir que chorar, mas chorar de tanto rir também é uma delícia. O riso é o choro ao contrário, mas um e outro se completam. Sorrir e chorar se suportam e se toleram. Sem preconceito um com o outro. Rir com os outros também é revolucionário. Um brinde aos humoristas e comediantes que se especializaram em fazer aos outros sorrirem. Comer, dormir e sorrir – eis a essência de uma vida simples e feliz. Para um novo ano, é um bom começo. Que o mundo complicado e chato se acabe logo!

dezembro 24, 2011

Imagine um Natal assim...

Dia muito especial. Só hoje vou imaginar que voltei a ser criança e acreditar que tudo pode ser diferente. Só hoje vou imaginar que os moradores de rua voltaram a morar fora das ruas e reencontraram os amores perdidos. Migrantes e andarilhos descansaram seus pés ao chegar num destino qualquer, interrompendo a viagem sem fim. Que ao pedinte foi dado um prato de comida, e ao velho abrigado, um cobertor para aquecer sua solidão noturna. Ao dependente químico, uma porta aberta à esperança e à verdadeira química chamada alegria. Imaginar que todas as idas tiveram um regresso. Todas as faltas, um complemento. E todos os fins, um novo começo. Se hoje é um dia especial, então quero esbanjar imaginação, e sonhar tudo o que tenho direito! Imaginar que a humanidade que há em nós, despertou, e disse “não” às desumanidades. “Não” às guerras entre os povos, “não” à destruição do planeta, “não” ao racismo e a todas as formas de discriminação, “não”! “Não” à tortura, ao cárcere e às privações em geral. Porque não, dizer “não” ao abandono, às separações, às indiferenças e violências?! Permita-me mergulhar neste mundo mágico das crianças e do natal e imaginar, só hoje, que nenhum pequenino ficou sem receber um brinquedo ou um abraço caloroso. Que nenhuma árvore foi derrubada e nenhuma flor despedaçada. Que milhões de sementes, ao contrário, tenham sido replantadas e que a chuva, suavemente, tenha regado a todas. Que cada ser, cada coração, cada uma das mãos, cada criação Divina seja venerada, e sobre tudo, todos e todas seja derramado este Amor, na sua mais sublime expressão, e que seja assim para sempre.Para sempre. Tudo é para sempre na imaginação pura de uma criança num dia de Natal.

dezembro 21, 2011

Feliz Natal!

É difícil fugir a esta praxe. Final de ano a pressão é grande! A gente tem que rabiscar, com capricho, algumas palavras que possam imprimir certo sentido a estes dois momentos que marcam os últimos dias do ano: Natal e Ano Novo. Meus pais, ainda vivos, completaram 60 anos de casamento, em 2011. Ambos octogenários e lúcidos. Somos nove filhos. Sete mulheres e dois homens. Ainda vivos. Meio lúcidos e meio confusos, mas ainda assim, uma família. Tem ainda os netos e os bisnetos. Natal só é perfeito quando nos reunimos, mesmo faltando um ou outro, por motivo de força maior. Aquele ou aquela que não participa da confraternização, por vezes, é o ausente mais presente, ao qual envidamos pensamentos e saudades. Para a minha história de vida, Natal significa encontros e reencontros. Nunca desencontros, mesmo quando algum de nós não está. Quero tornar pública a nossa tradição de armar e enfeitar a árvore de natal, desde o casamento de meus pais até os nossos dias. E que também, produzimos artesanalmente, nossa ceia: minha mãe faz os canudinhos (rabo-de-tatu) e os panetones com massa caseira. Brindamos, ainda, na véspera e trocamos presentes, sob a luz do pisca-pisca. Perdoem-nos se estamos “fora de época”, se somos “cafonas”, “caretas” ou, simplesmente, “família”. Ao longo destes 60 anos, meus pais, muito gradativamente, cederam aos filhos mais velhos, as horas posteriores à meia-noite do primeiro dia do Ano Novo. Tanto tempo passado, os netos e bisnetos conseguem já se habituarem à ideia de sair pra “curtir” o novo ano, com amigos e colegas de escola, mas, a nós, os nove filhos nos acostumar a essa ideia foi bem mais lento. Tanto que, sair de casa para festejar o ano que acaba de nascer, é reservado para os irmãos mais velhos e mais independentes. Para minha história de vida, o último dia do ano, quer dizer: superação e esperança. Superação de todos os problemas do ano anterior e esperança de que todos serão resolvidos no ano que está nascendo. Sou mística e esotérica. Visto a cor recomendada pela numerologia, astrologia, pais e mães de santo. Rezo. Um pai-nosso. E uma Ave-Maria. Com fervor. Cruzo os dedos na contagem regressiva. Choro com os fogos de artifício. Talvez, tenha privilégios. Talvez. Que fique evidente, no entanto, que aprendi ao longo dos anos de natal em família que existem milhões de outras famílias como a minha e outros milhões diferentes da minha. Natal é aprender a lição do altruísmo, em detrimento do egoísmo. Somos milhares de famílias juntas, no mesmo barco flutuante, navegando rumo ao desconhecido. Desgovernado ou afundando, lento ou rápido demais, o barco da vida nos leva ao OUTRO. O OUTRO é nossa meta, para que o desconhecido seja promovido a conhecido, e assim, navegaremos juntos. É o meu desejo. Que, mesmo diferentes e antagônicos possamos navegar juntos, “on e off-line”, em 2012!

dezembro 08, 2011

Invisíveis a Olhos Nus

“... as alegrias serão de todos, é só querer, todos os nossos sonhos serão verdade, o futuro já começou, hoje a festa é minha, é nossa, é de quem quiser, quer vier...” Quem de nós não ouviu, aprendeu e cantou estes versos durante boa parte de nossas vidas, atrelados que éramos (e ainda somos) às emoções transmitidas pela telinha da sala de estar? Dava um friozinho no estômago, os olhos lacrimejavam e o coração acelerava quando todas as celebridades do ano surgiam sorridentes sob os holofotes, cantarolando, em uníssono, esta inesquecível canção que, entre outras coisas, anunciava “já é natal”! Recordo-me que mamãe não autorizava a ceia senão com este fundo musical, logo após a troca de presentes e afetuosos abraços entre todos da família. Tive um vizinho que gravou a musiquinha com um gravador de mão e reproduziu a fita-cassete na noite de Natal, por mais de uma vez. Talvez, os meninos e meninas de hoje não dêem tanta importância quanto eu e você dávamos. Afinal, nossos ídolos não são os mesmos e as aparências enganam. E se fosse Luan cantando à capela? E se Neymar fizesse malabarismos com a bola, mesmo que por breves segundos? E se o Restart se vestisse todo de branco? Nossos filhos e netos iriam ou não vibrar, como nós, todas as vezes que a vinheta se estampasse na telona? Apenas suposições de uma saudosa telespectadora que continuou a esperar com ansiedade a próxima produção. Neste ano, acredito que muitos artistas globais não gostaram do que não viram e muitos fãs não gostaram do que viram e não viram o que gostavam. Artistas declarem ou não, admitam ou não, precisam “aparecer”. Talvez seja o ofício que mais reclame o som dos cliques e as luzes dos flashes, bem como os tuites. E, convenhamos: a tão esperada vinheta de final de ano da emissora é marketing pro resto da vida de um artista! Há quem defenda que a uma aparição-relâmpago é preferível nem aparecer, pra não “pagar mico”. E que o momento da vinheta-show, não comporta sutileza. A sutileza neste caso é inadequada, para não dizer, inconveniente. É preciso crer que o fato de “não aparecer” ou “ficar invisível a olho nu”, não é problema para quem tem talento, pois talento suplanta qualquer indiferença ou ingratidão. Fã que é fã não vai se chatear só com esta “falhazinha nossa”. Foi trabalhoso identificar e congelar a imagem de nossos ídolos no YouTube? Foi. Mas valeu a pena, porque agora com a internet nós podemos adorá-los e reverenciá-los quantas horas quisermos! É isso: fã quer “ver”. Vivemos numa sociedade midiática. Ou numa ditadura midiática? Fã quer ver o corte e o penteado, bem como a cor do cabelo do seu ídolo, a maquiagem, se está bem vestido e se a roupa é feia ou bonita, simples ou sofisticada - estas coisas tolas e autênticas de todo fã que se preze. Apois, micada a tietagem nesta vinheta-show, ficamos, nós, uma legião de fãs apartados dos nossos ídolos televisivos, excluídos da #vinheta2011daglobo, na expectativa, do Carnaval. Quem sabe a gente se vê na globo...