"Se você não quer ser esquecido quando morrer, escreva coisas que vale a pena ler ou faça coisas que vale a pena escrever".
dezembro 21, 2011
Feliz Natal!
É difícil fugir a esta praxe. Final de ano a pressão é grande! A gente tem que rabiscar, com capricho, algumas palavras que possam imprimir certo sentido a estes dois momentos que marcam os últimos dias do ano: Natal e Ano Novo. Meus pais, ainda vivos, completaram 60 anos de casamento, em 2011. Ambos octogenários e lúcidos. Somos nove filhos. Sete mulheres e dois homens. Ainda vivos. Meio lúcidos e meio confusos, mas ainda assim, uma família. Tem ainda os netos e os bisnetos. Natal só é perfeito quando nos reunimos, mesmo faltando um ou outro, por motivo de força maior. Aquele ou aquela que não participa da confraternização, por vezes, é o ausente mais presente, ao qual envidamos pensamentos e saudades. Para a minha história de vida, Natal significa encontros e reencontros. Nunca desencontros, mesmo quando algum de nós não está. Quero tornar pública a nossa tradição de armar e enfeitar a árvore de natal, desde o casamento de meus pais até os nossos dias. E que também, produzimos artesanalmente, nossa ceia: minha mãe faz os canudinhos (rabo-de-tatu) e os panetones com massa caseira. Brindamos, ainda, na véspera e trocamos presentes, sob a luz do pisca-pisca. Perdoem-nos se estamos “fora de época”, se somos “cafonas”, “caretas” ou, simplesmente, “família”. Ao longo destes 60 anos, meus pais, muito gradativamente, cederam aos filhos mais velhos, as horas posteriores à meia-noite do primeiro dia do Ano Novo. Tanto tempo passado, os netos e bisnetos conseguem já se habituarem à ideia de sair pra “curtir” o novo ano, com amigos e colegas de escola, mas, a nós, os nove filhos nos acostumar a essa ideia foi bem mais lento. Tanto que, sair de casa para festejar o ano que acaba de nascer, é reservado para os irmãos mais velhos e mais independentes. Para minha história de vida, o último dia do ano, quer dizer: superação e esperança. Superação de todos os problemas do ano anterior e esperança de que todos serão resolvidos no ano que está nascendo. Sou mística e esotérica. Visto a cor recomendada pela numerologia, astrologia, pais e mães de santo. Rezo. Um pai-nosso. E uma Ave-Maria. Com fervor. Cruzo os dedos na contagem regressiva. Choro com os fogos de artifício. Talvez, tenha privilégios. Talvez. Que fique evidente, no entanto, que aprendi ao longo dos anos de natal em família que existem milhões de outras famílias como a minha e outros milhões diferentes da minha. Natal é aprender a lição do altruísmo, em detrimento do egoísmo. Somos milhares de famílias juntas, no mesmo barco flutuante, navegando rumo ao desconhecido. Desgovernado ou afundando, lento ou rápido demais, o barco da vida nos leva ao OUTRO. O OUTRO é nossa meta, para que o desconhecido seja promovido a conhecido, e assim, navegaremos juntos. É o meu desejo. Que, mesmo diferentes e antagônicos possamos navegar juntos, “on e off-line”, em 2012!
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