"Se você não quer ser esquecido quando morrer, escreva coisas que vale a pena ler ou faça coisas que vale a pena escrever".
maio 19, 2011
Vossa Majestade, a Micareta!
Declaro-me, abertamente, favorável à realização da Micareta de Jacobina, e lamento muito quando os festejos são suspensos. Em alguns momentos da nossa história, por motivos justos ou injustos, esta festa não aconteceu (não sem ônus para a cidade). É verdade também que, de tempos para cá, a promoção e a organização do evento, tornou-se uma das medidas de avaliação que a população faz da atuação, sobretudo, da administração municipal. A festa se transformou menos numa livre manifestação cultural e artística, resultante da vontade popular - um sinônimo da espontaneidade e da descontração; para representar, desde então, uma questão político-financeira e de gestão de recursos. Nenhuma administração pública deve ser avaliada tão-somente pelo que fez ou deixou de fazer, durante estes festejos, pois há setores fundamentais para a vida dos cidadãos (que já deram provas de sobrevivência sem a micareta). No entanto, difícil é evitar as eventuais críticas, reclamações e descontentamentos (quem tem o poder de agradar a todos?). O que está em jogo é a manutenção ou não de uma tradição. E como manter esta tradição. Ou apagá-la da memória. Se ainda há dúvida sobre a preservação e a continuidade destes festejos, pode ser por falta de um aprofundamento do debate sobre a importância das festas populares (incluindo os festejos juninos, natalinos, cívicos, militares, entre outros) no cotidiano e na história do seu povo. Eu bem poderia listar acertos e erros anotados pelos “críticos de plantão” sobre a Micareta 2011. Gente que não está “nem aí” para a análise das questões políticas e econômicas do município, chegou a afirmar que o maior bloco da avenida foi o “cordão dos puxa-sacos”. Teve quem dissesse que a mistura de temas de grande relevância (como o da preservação ambiental) com o rebolation (a preservação do rebolado) pode confundir a cabeça da galera mais jovem (que não está “nem aí” pra revolution). A revolução sócio-cultural exigida para a formação de uma mentalidade ecologicamente correta, jamais se estabelecerá junto ao consumismo e ao egocentrismo – tão presentes nos carnavais. Luxo não convive com o lixo. Sendo ou deixando de ser um parâmetro, um critério para avaliar a transparência, a lisura, a competência, o trabalho em equipe da administração municipal, o fato é que a Micareta ainda é (e espero que não deixe de ser) a “rainha das festas de Jacobina”, e como tal, devem seus súditos reverenciá-la, adorá-la e defendê-la, custe o que custar, doa a quem doer.
maio 08, 2011
Hoje é Dia das Mães
Hoje quero dizer algo sobre “ser mãe”, tendo em vista a data comemorativa e o fato de ser mãe, embora tratar-se, para mim, de um profundo dilema: afinal, o que é ser mãe? Um pouco da minha biografia: fui mãe, pela segunda vez, num intervalo de tempo de 16 anos (meu filho tem 19 anos de idade) e sou apaixonada também pela mais nova (de apenas três anos de idade). Não apenas – o que já é demais – pela diferença de idades um do outro (e dos três), mas, sobretudo, pelas diferenças de mundos, de cabeças, corações e expectativas, confesso: não tem sido fácil criá-los, educá-los, estabelecer limites e liberdades nas nossas vidas. Creio que a recíproca é verdadeira para eles. Tem a falta de grana pra cumprir o rosário de “necessidades” da vida em sociedade. Tem o excesso de medo de não estar suprindo todas as necessidades desta vida em sociedade. Falta grana e sobra medo. Ser mãe é ter medo? É viver num estado de choque, sobressaltada, devido às adversidades, perigos e preconceitos? Sabe, quando lido com as diferenças deles, quando percebo as dificuldades deles e sorrio com suas conquistas, aprendizado e crescimento, tenho menos medo, porém fico ainda mais perdida sem saber o que é ser mãe. Parece piegas, mas, aqui estou diante de todos, tentando definir o que é ser mãe. Fatalidade? Destino? Castigo? Bênção? Porque a entrega, a doação, o sacrifício pelos filhos? Porque todas as preces para eles? Porque o amor incondicional? Porque ser mãe? Potência, desatino, sofrimento. Uma graça, uma cor, um toque, uma gargalhada. Noites de sono, noites de insônia. Dias compridos, claros, honestos. Preocupação, exagero, certeza. Prazer. Intuição. Uma magia esta a de ser mãe.
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