outubro 12, 2011

Informação: dever e direito social

É preciso combater certo tipo de “jornalismo” mau caráter que se deleita em difundir factóides, só para satisfazer a seus leitores (ou eleitores?) menos exigentes e seus ouvintes menos atentos. Informação é um Direito Social e não pode ser manipulada. O jornalista nasceu para “desagradar a gregos e troianos”, já dizia um amigo meu. Não é para cair num radicalismo anacrônico e infrutífero, mas para mostrar a vida como ela é: com suas qualidades e defeitos. Com suas contradições e paradoxos. Está escrito, com todas as letras que “o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros tem como base o direito fundamental do cidadão à informação, que abrange o seu direito de informar, de ser informado e de ter acesso à informação”. E que “a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independentemente de sua natureza jurídica – se pública, estatal ou privada – e da linha política de seus proprietários e/ou diretores”. Louvado seja o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros! Sei que muita gente nunca nem ouviu falar, mas que existe, existe e se existe é para ser respeitado. Deve ser o nosso “mantra”, um tipo de oração que devemos fazer ao acordar, antes das refeições, antes de escrever ou falar algo, e ao dormir para, no dia seguinte, acordar em paz com Deus e com os homens. Sou eu não, é o Código que diz: “O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, razão pela qual ele deve pautar seu trabalho pela precisa apuração e pela sua correta divulgação”. Veja como é profunda a ideia do legislador quando coloca jornalismo e verdade no mesmo nível. Posso até ousar: jornalismo é verdade dos fatos. O resto é o que quiser, mas não é jornalismo. Vamos mais fundo na coerência da lei quando preconiza a “precisa apuração (dos fatos) e a correta divulgação (dos fatos)”. Penso que isto quer dizer que não podemos dissociar apuração precisa e exata, da divulgação correta e verdadeira. Recomendo a todos a leitura desta preciosidade que é o nosso Código de Ética (repito: NOSSO, de todos os cidadãos e cidadãs do Brasil) para ter uma visão do que realmente a lei considera jornalismo e repudiar o que é o anti ou pseudo jornalismo. Mas aos que abraçaram ou desejam abraçar esta profissão, recomendo a dedicação de duas horas diárias de suas vidas - vida de labor intenso e apressado - à silenciosa leitura deste que deve ser o nosso “norte”, o nosso código de conduta – conduta que ultrapassa as portas dos jornais e emissoras de rádio. Como recomenda nossa ética, é dever dos jornalistas “valorizar, honrar e dignificar a profissão”. Cuidado: é crime informar mal ou não informar a verdade dos fatos, pois a vítima pode ser você mesmo.

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