abril 21, 2012

Fragmentos

Ela sabia que nada poderia unir a ambos, a não ser um fio invisível, transpassando seus corpos, feito de matéria e éter, óbvio somente aos que vêem o que os outros não vêem. Que pecado teria eles cometido, diante do altar da reflexão e da loucura, a não ser aquele da pura sensatez? O maior infortúnio era a completa falta de um chão, um tapume no qual descansasse os pés. Mais ainda, que pudesse ela se aperceber do exato instante em que o fio havia vicejado e surgido, desconfiado e incerto, por entre os dedos da mão, e logo, pelos poros e veias, direto ao coração. “No fundo do coração” fica aonde? Ela, fora, estava. Presente. Incisiva. Sobre a nuca dele. Seguindo-o, passo a passo, cada olhar e sorriso. O que mais poderiam sentir? Faltava-lhes! Saudade.

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