"Se você não quer ser esquecido quando morrer, escreva coisas que vale a pena ler ou faça coisas que vale a pena escrever".
setembro 12, 2011
O que era vidro se quebrou...
Milhões de pobres do mundo inteiro podem dizer sem nenhum sentimento de culpa que ignorava a existência das Torres Gêmeas norte-americanas, até aquele fatídico 11 de setembro de 2001. Eu me incluo nesta massa de indivíduos. Gente que viu alguma imagem dos prédios, mas de forma fictícia: numa página de revista ou num filme. Não dá pra imaginar um arranha-céu com 110 andares! Qual foi o prédio mais alto que você já entrou? Cinco, 10, 15 andares? Não eram apenas as duas torres verticalmente quilométricas, mas um complexo de edificações na horizontal. Sete prédios. Todos foram demolidos. Um novo World Trade Center será reconstruído. O mundo não acabou.
O número comprovado de mortos em conseqüência dos atentados foi de 2.752 - uma lista extensa, mas não tão extensa que não pudessem ser lidos um a um os nomes de cada vítima. Pequena se comparada ao número de pessoas que, em dias normais, trabalhavam ou visitavam as torres, de 50 e 200 mil, respectivamente, segundo estimativas, também oficiais. Sim, não há dúvida: havia muita gente, muitas vidas andavam pra cima e para baixo, por entre os corredores colossais dos prédios, naquele dia. Quantas não fazem parte das estatísticas? Quantas vítimas do anonimato viraram pó?
Era uma terça-feira e me lembro que eu “brigava” com o computador, tentando acessar a internet - verdade, a net era ainda mais precária que hoje-, quando vi em tempo “real” uma das torres pegando fogo, através de uma pequena imagem num site de notícias, logo pensei: é claro que isto não está acontecendo de verdade. É um truque. Ah! Estes caras que trabalham na rede são mesmo sensacionais! Como eles conseguem fazer algo tão absurdo parecer realidade? Ou seria mais um filme hollywoodiano e suas cenas de ataques alienígenas? Depois, corri para a TV para constatar que me enganara: os telejornais estavam em estado de choque. Sim, algo muito grave acontecia nos EUA.
Há 10 anos, o mundo vive um grande conflito, a chamada “guerra contra o terrorismo”, confrontando imperialistas e fundamentalistas. Tudo é colossal quando paradigmas tão extremos e antagônicos se deparam. Foi assim, nos atentados de 11 de Setembro. Tudo foi espetacular e elementar ao mesmo tempo. Espetacular no tamanho das construções e da população que por entre seus corredores trabalhava ou se divertia; espetacular pelo significado da simples existência das torres, pelas projeções, expectativas e sonhos que elas criavam nas mentes ocidentais. O consumo elevado à potência máxima.
Espetacular até na forma da desconstrução. Um espetáculo de horror, demonstração da insensatez de ambas as partes, e da comprovação, diria até da consolidação de uma espécie de crueldade humana que, no seu mais alto grau de estupidez acredita que tem o poder de provocar mudanças com o uso de bombas - mas ainda assim, um espetáculo. Todos assistem, lamentam e se indignam. É também elementar,pela contradição que carrega: tudo é tão perecível! Por maior e mais belo que seja.
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